sexta-feira, 13 de julho de 2012

Queria saber-te.

Acordei. Coloquei os pés no chão frio e senti aquele choque pequeno e até gostoso. Domingo de manhã tem gosto de monotonia, de café morno e saudade das coisas que eu não vou ver até o outro domingo. Liguei o rádio e Nando encheu a sala com o acompanhamento do violão num ritmo que parecia mais lento graças ao meu sono. Olhei pela janela as gotas do orvalho escorrendo pelas folhas, era tão cedo, tão só. Por Que eu estava de pé mesmo? Ah. Acho que era fome.
Fui pra cozinha enquanto a música fazia companhia: ''Sorrir, vem colorir solar. Vem esquentar e permitir''. Ótimo. Agora eu penso em você. Esse você que eu nem sei onde pode estar. Esse par de pernas que parece se afastar enquanto eu escuto essas músicas tão minhas.
Sinto-me exatamente assim, guardei pra você esse amor todo que não cabe no peito mas que tem se escondido dentro do meu olhar perdido e dengoso. Vem logo, amor. Seja quem for, no momento que for. Vem. Deixa eu tocar teu rosto, ouvir teu riso e aquecer a alma quando sentarmos juntos à beira da calçada só pra ver o vento soprar as folhas secas do nosso primeiro outono.
Por onde andas? E seus olhos, são aquele negro que me enebria a espinha ou o azulzinho que me faz voar? Suas mãos se encaixarão nas minhas? Querido, daria um pedacinho de mim só pra saber quem és. Essa espera tem me matado e renascido, me tirado o sono, tem contorcido meus pensamentos mais soltos e trazido eles pra você. Nem sei quem és, mas estou aqui, sentada na nossa janela vendo um dia a menos que teremos juntos. Fiz nosso café, vou ver nosso filme favorito debaixo do cobertor enquanto aqueço teu espaço com ansiedade.
Torradas com geleia nunca tiveram um gosto tão indiferente. Penso na falta de você e tudo parece tão desnecessário, mas aí penso no jeito que você vai fazer meu peito tremer de felicidade e tudo ganha sabor. Quero-te aqui e agora, meu bem. Espero-te, ansiosa e toda amores.


Sua desde agora.
Rayana

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