quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

As dores do crescimento.

Obviamente, vocês já ouviram falar em dores do crescimento, né?! Dores do crescimento ''são sintomas de dor relativamente comuns em crianças. Tipicamente, elas são localizadas nos músculos, em vez das juntas, nas pernas e menos comumente nos braços. Elas são geralmente sentidas em ambos os lados do corpo, com dor variando de leve a muito severa. Não há sinais clínicos objetivos de inflamação. A dor pode ocorrer a qualquer hora ou ser ausente por meses. Dor de crescimento não é associada a outras sérias doenças e geralmente se resolve ao final da infância.'' Trecho retirado e adaptado do Google.


E por que raios eu resolvi falar de tal assunto?
Porque, como sempre, minha pessoa se pegou fazendo analogias sobre as agruras do viver e blá blá blá. Mas daí você me ou se pergunta o motivo pelo qual eu escolhi essa analogia. Bem, crescer tá cada vez mais difícil. E falando assim, eu me sinto uma menina de 11 anos  reclamando por ter que lavar louça pra minha mãe. Mas é sério, seres humanos. Tá cada vez mais difícil e dolorido crescer. São tantas dores que eu mal sei como colocá-las aqui. Mas eu vou tentar. hihihi.




Primeira dor da vida: Aprender a andar
Ainda bebê, as pessoas ficam nos obrigando a cumprir a triste tarefa de ficar sobre duas pernas que, cá entre nós, é bem complicado quando a gente tem 11 meses. E dói ficar caindo, batendo os frágeis joelhos, mãos e cabeça por aí. Mas bravamente, a gente dá os primeiros passos e depois de algum tempo, cai cada vez menos. E vai atrás das coisas com as próprias perninhas. Mas no fim essa é só uma dor física. Cair, se ralar, se machucar, essas coisas doem fisicamente, apenas. E cinco minutos depois, a gente já esqueceu que caiu. E nos cinco minutos seguintes, a gente tá correndo de novo.


Dor número dois: Ir à escola.
Eu não sei vocês, mas eu chorei no meu primeiro dia de aula. hahahaha. Tem até uma foto da minha cara de desespero, desgosto por acordar cedo choro. Cheguei na escola, depois de chorar por um certo período e até me adaptei bem ao convívio com outras crianças e pessoas adultas. No fim, quem chorou mais que eu, foi minha mãe. Tadinha. E aí, na escola mesmo, com os anos, a gente vai vivendo a miniatura social da vida. 
Nas escolas tem sempre algum garoto imbecil que bate nos outros, alguma garota que causa inveja e que faz questão de se mostrar melhor que as outras garotas. {Revelando meus traumas infantis.} Geralmente, a primeira decepção amorosa a gente vive na escola e consequentemente, sente as primeiras dores psicológicas do viver. Mas por que dói? Bem, se dói é sinal de que você tá crescendo.
A escola é o mundo em que a gente vai viver, em proporções menores. Competição, inveja, brigas, amores, amizade, diversão e todas aquelas histórias te preparam pro que está por vir. Se você sobrevive à escola, meu amigo, você já tem uma certa carcaça pra aguentar as porradas que a gente tem pela frente como o primeiro 'não' numa entrevista de emprego, a primeira vez que não passa no vestibular e o primeiro pé na bunda. 
É ou não é?


Passo número três do caminho dos espinhos: Relacionamentos amorosos.
A gente já falou desse tópico algumas vezes, de forma bem superficial. O primeiro beijo, o primeiro namoradinho, a primeira vez, o primeiro fora, o primeiro stalker, o primeiro almoço com a sogra, o primeiro namoro escondido, o primeiro amasso na escada, etc. Tudo isso te torna alguém mais forte. As dores do crescimento te transformam numa pessoa mais dura, mais madura, mais racional. 
Até porque o ser humano amadurece de duas formas: ou pela repetição ou pelo erro. Como eu sempre fui teimosa, aprendi repetindo os erros, mas isso não vem ao caso. Errar, além de doer, ensina. Nossos erros são nossos piores inimigos, mas também nossas melhores histórias, lembranças e mais que qualquer coisa, os melhores professores. Não importa o quanto a gente queira acertar de primeira, a gente raramente vai. Pra acertar, temos que saber o caminho das pedras e só se sabe o caminho, descobrindo como andar nele.


Treta número quatro da vida: Primeiro emprego.
Procurar o primeiro emprego é um saco. Distribuir currículos, ir à entrevistas, aceitar salários miserentos, patrões mesquinhos, chorar por tudo isso e no fim, pedir demissão ou ser dispensados.  Daí, quando a gente tem uns 16 anos, chora, se sente humilhado, pede pra mãe nos apoiar e falar que o chefe é um escroto de marca maior.
Depois de uns 2 ou 3 anos a gente é obrigado a procurar um estágio e aí voltamos ao começo da equação: distribuir currículos, ir à entrevistas... E a vida continua sendo feita de dores do crescimento. Certo? 






Momento Maria do Bairro cinco: Casar.
Claro que isso é um sofrimento, digo, crescimento opcional. Hoje em dia o que mais tem é gente que não sonha em se casar, até acha isso um pesadelo. Mas pra quem curte a idéia, casar não é moleza não, parceiro. {Nunca casei, ok?}
Conhecer a pessoa com quem você vai se casar leva tempo, dá umas dores, umas alegrias, uns problemas, prejuízos e blá blá blá. Aí tem as festividades que custam um baaaaita dinheiro, sem falar nas irritações com sogra (até porque elas não são parentes), parentes, amigos, o próprio noivo.  Casar deve ser um troço muito complexo mesmo.


Round seis: Ter filhos.
Criança balançando o bumbum no baile funk aos 14 anos, virando mãe aos 15, tendo o segundo filho aos 17 e levando uns tabefes de viciado é o que mais a gente vê por aí. Sem falar nos garotos que são aliciados pelo tráfico, ou agarrados pelo vício, ou ainda viram porradeiros de plantão só pra pagarem de gostosões.
Criar filhos hoje em dia, já tá uma praga. Vocês imaginem daqui a uns 10/15 anos... vai ser a quarta guerra mundial deste mundo. Ou tu cria teu filho preso em casa, ou morre antes que ele complete 18 anos pra não morrer de desgosto. Sim. Eu sou pessimista. hahahaha.


No fim das contas, a gente se estrepa todo, comete erro atrás de erro, acerta algumas vezes e cresce. Daí que a gente cresce, vira dono do próprio nariz e acaba fazendo igualzinho com os nossos próximos, sejam filhos ou sobrinhos. A gente sempre aconselha e espera o melhor pras gerações futuras.  Mas como eu disse antes, algumas pessoas preferem viver a ouvir conselhos.
E se alguém me disser: ''... o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros.'', eu vou mandar vocês viverem. Até parece que vocês ouvem todos os conselhos das suas mães, pais e titias. A verdade é que todo mundo quebra a cara SIM, mas só porque escolheu quebrar a cara. Porque só vivendo o erro é que a gente tem certeza do que ficam falando nos nossos ouvidos a vida toda.
No fim, galera, crescer dói. Mas chegar no fim da caminhada e ter certeza de que vivemos tudo o que quisemos e tudo o que foi necessário pra nos tornas grandes pessoas, deve ser uma sensação única de sucesso. Que num futuro eu, você e todo mundo saiba que apesar de doer, crescer é bom demais.


Beijo, queijo e 2mil blocos.
De uma Ray que se acha gente grande. 
hahahaha.

2 comentários:

Bruna disse...

Incrível o texto,como sempre.Crescer dói mesmo,mas para fugir só morrendo,então vamos meter a faca entre os dentes e aguentar essas dores do crescimento,não é mesmo?

Bia disse...

Muitas verdades nesse post... Principalmente o tópico "Relacionamentos amorosos", porque, né :/